Evento
SALAS 9, 10 E 11
Priscila Fernandes • Escola de Lazer
Priscila Fernandes (1981, Portugal) é artista visual e coordenadora de departamento do bacharelado em Belas Artes da ArtEZUniversity of the Arts, Arnhem, Holanda. O seu trabalho tem sido exposto extensamente em vários países. Exposições recentes incluem a 32ª Bienal de São Paulo; The Book of Aesthetic Education of the Modern School, Fundação Joan Miró, Barcelona; Back to the sandbox: Art and Radical Pedagogy, Reykjavik Art Museum; Playgrounds, Museu Reina Sofia, Madrid; Learning for Life, Henie-Onstad, Oslo; 12 Contemporâneos, Museu de Serralves, Porto; Those bastards in caps come to have fun and relax by the seaside instead of continuing to work in the factory, no TENT, em Roterdão; e This is the time. This is the Record of the Time, no Stedelijk Museum Bureau, Amsterdão.
Escola
de Lazer apresenta, pela primeira vez em Portugal, um importante corpo de
trabalho da artista Priscila Fernandes (1981) e convida-nos a pensar sobre o
lazer. Concebida especialmente para o CIAJG, a exposição percorre três séries
recentes - “Never Touch the Ground” (2020), “Labour Series” (2020) e “Free.To
do Whatever We” (2018).
Para
os antigos gregos scholē (escola) significava “lazer” e praticar o lazer tinha
a ver com exercitar o olhar e a discussão; referia-se também àqueles que pensam
em comunidade, algo que a artista considera necessário e urgente. A
transformação da palavra “lazer” ao longo dos tempos desviou-se do seu sentido
original, aproximando-se das ideias de “tempo livre” vs “produção”,
especialmente no séc. XX, no contexto do projeto moderno-capitalista ocidental.
Diante da atual algoritmização da vida, em que a cada instante é desenvolvida
uma nova app para maximizar e monitorar a nossa crescente produtividade, qual é
o espaço ocupado pelo “lazer” no mundo contemporâneo?
Diferentes
pedagogias são exploradas nas três salas da exposição: uma sala onde uma
apresentadora fictícia de TV tenta provar a relação entre o desenvolvimento do
lazer e a emergência da arte abstrata; outra onde se exercitam gestos
artísticos com patins de rodas; e finalmente a última sala onde se quebram
correntes (numa espécie de “desafio” de libertação) para se colocar a pergunta:
será que somos Livres. Para fazermos o que quisermos (“Free. To do Whatever
We”)?